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segunda-feira, 18 de abril de 2011

A importância dos nossos

Faz hoje precisamente 2 anos que senti pela primeira vez o chão a fugir-me dos pés.
Quando a saúde daqueles que amamos e que temos como referência na nossa vida, sofre um abanão valente, a nossa vida fica inevitavelmente alterada e tudo é posto em causa.
Foram meses muito difícies para mim e para os meus.
Passei muitas e muitas horas no hospital.
Muitos foram os dias em que fui ao hospital logo de manhã, antes mesmo de ir trabalhar.
Muitos foram os dias em que abdiquei de almoçar para poder ir ao hospital naquele intervalo de tempo.
Muitos foram os dias em que fui praticamente escorraçada do hospital por já ter sido (muito) largamente ultrapassada a hora da visita.
Muitos foram os dias em que fui e vim à terra no mesmo dia para apoiar a minha mãe que corajosamente, e sem estar preparada para muitas das coisas, aguentou o barco.
Chorei agarrada à cama do hospital.
Chorei muitas das vezes que saí de lá.
Emagreci imenso. Mas tudo isso valeu a pena.
Desiludi-me com pessoas que supostamente deviam estar lá para ele e para nós e não estavam (família incluída). Mas também tivemos pessoas cujo apoio foi incondicional 24h por dia, e, em alguns casos, com o qual não contávamos (felizmente, há agradáveis surpresas de onde às vezes não esperamos). E a essas, às que estiveram sempre comigo e com os meus, agradeço para o resto da vida tudo o que fizeram por nós (das outras não vale a pena falar, pois é tempo perdido). É sempre em alturas como estas que vemos com quem realmente podemos contar.
Da doença ficam sequelas para sempre, mas tudo podia ter sido pior, muito, muito pior.
Dois anos volvidos e a vida voltou (quase) à normalidade.
Continuamos a ter as nossas típicas discussõezinhas, mas quem não as tem? Continuamos a almoçar juntos sempre que podemos, e a ter as nossas longas conversas sobre tudo e mais alguma coisa.
Apesar de só ter a 4ª classe, é o melhor conversador que conheço. Culto e inteligente como muito poucos da idade dele, e até bem mais novos.
E também ele é o grande apoio que eu tenho nas alturas mais difíceis, pois, o facto de ter uma mente tão expandida, faz com que possa falar abertamente com ele sobre os meus problemas. E só ele tem o dom de ter sempre uma palavra serena de pai para me confortar, e um conselho sensato de amigo.
É por tudo isto que ele (e não desvalorizando a minha valente mãe, claro!) é a minha referência de vida.
Amo-te PAI!!!!

4 comentários:

Anónimo disse...

Vale sempre a pena ouvir palavras bonitas e sentidas como estas. Gostei mto de ler o texto que escreveste, cujas palavras mta gente ñ tem coragem de escrever ou falar, mesmo que as sinta em relação aos respectivos pais...
Bruno

Anónimo disse...

Recordo teres partilhado comigo alguns desses sentimentos que descreves...não sei se te dei o apoio suficiente...se não dei, publico aqui as minhas desculpas e só me resta dizer que continuo aqui!
O teu pai merece ler este texto, mas prepara-te porque isto faz deitar lágrima a qualquer um!
Parabéns, lindo texto!
Sandra

Loira disse...

Claro que deste todo o apoio.
Nem sequer deverias por isso em causa!!!
E ele, obviamente, vai ler este post... ;)

... disse...

Antigo, mas tão actual... ;)

Um comentário para um bom pai, mas duma excelente filha....decerto!

(*)